11.10.09

Avaliação de faculdades: porque não também pelos alunos e seus empregadores?



José Walter Toledo Silva
Segundo dados divulgados pela imprensa, dos 4,8 milhões de alunos em curso superior, no Brasil, entre 2007 e 2008, 737 mil cursam escolas ruins.


A avaliação é feita pelo MEC, com base em fatores como desempenho dos alunos em prova (enade), número de professores-doutores, nota da pós graduação.
Sem desmerecer os parâmetros de avaliação adotados para classificar um curso como bom ou ruim, sugiro que a qualidade dos cursos superiores seja também avaliada com base na empregabilidade proporcionada, na qualidade de desempenho no trabalho dos ex-alunos e também na opinião de alunos e ex-alunos.

O objetivo do curso superior é dotar empresas, instituições e a sociedade em geral, de profissionais competentes nos mais diversos campos, inclusive para carreira nos quadros docentes e de pesquisadores de organizações dedicadas a essas atividades.

Por que, então, não realizar pesquisa nos vários segmentos dos setores público e privado do mercado empregador dos recursos humanos formados pelas faculdades, para obter respostas que possam ser analisadas, por faculdade e curso, a questões do tipo seguinte, dentre outras?
  • índice de empregabilidade, comparativamente ao padrão no empregador, decorridos diferentes prazos da formatura;
  • índice de permanência no emprego comparativamente ao padrão na  instituição empregadora; 
  • nível de desempenho dos alunos empregados;
  • progresso profissional, incluindo promoções;
  • níveis salariais atingidos, decorridos diferentes prazos da formatura. 

Importante parâmetro de julgamento da qualidade dos cursos deveria também decorrer das opiniões dos alunos, obtidas, através de pesquisas periodicas, durante e após o curso. 

Afinal, desde o ingresso nas faculdades, todos os universitários devem obrigatoriamente opinar, através do voto, para escolha de governantes e representantes do povo no poder legislativo, não fazendo sentido que suas opiniões não sejam consideradas para avaliação da qualidade dos cursos superiores que freqüentam, aos quais devem-se dedicar, e pelos quais pagam nas instituições particulares.

É provável que avaliação de cursos e faculdades complementada, na forma sugerida, venha reduzir incertezas e proporcionar conhecimentos para o aprimoramento de políticas educacionais e de emprego.

É no mínimo questionável que os parâmetros atuais de avaliação de cursos e faculdades indiquem correlação entre qualidade dos cursos e empregabilidade e desempenho profissional em termos quantitativos e qualitativos.

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