4.10.09

Desregulamentação de Profissões

José Walter Toledo Silva

Está de parabéns o Ministro Gilmar Mendes por abordar o tema DESREGULAMENTAÇÃO DE PROFISSÕES incentivando assim o debate sobre esse assunto de enorme interesse para toda a sociedade.

Merece aplausos a decisão da Suprema Corte de recusar a obrigatoriedade de diploma para jornalistas.

Não sou contra universidades nem diplomas que desempenham importante papel, contribuindo para o desenvolvimento de conhecimentos e de profissionais.

Sou, sim, contra a obrigatoriedade do diploma, quando este não é necessário.

Acho que há um exagero por parte de empregadores em exigir diploma como uma condição indispensável para atuação em diversas áreas e não apenas em jornalismo.

Sem diploma, Bill Gates da Microsoft e Steve Jobs, da Apple têm prestado contribuição de inestimável valor à informática, incluindo o desenvolvimento de recursos que transformaram o modo como se faz jornalismo e a maneira como se trabalha em quase todos os setores.

Sem ou com diploma, milhões de pessoas, em todo o mundo, de todas as classes sócio-econômica e de todas as idades, se utilizam hoje das mesmas ferramentas básicas para usar o computador e a internet.

Em reconhecimento ao valor de Steve Jobs, uma turma de formandos da famosa universidade de Stanford, nos EUA, convidou-o para ser o paraninfo. Ele foi ouvindo com enorme respeito e admiração durante o discurso que proferiu, contando como aprendeu e realizou tanto, sem ter cursado uma universidade.

Se para publicar o que ele escreveu, Machado de Assis necessitasse de diploma, a humanidade teria se privado de um dos maiores gênios mundiais da literatura.

Há vários requisitos e modos para se aprender e desenvolver competência profissional, sendo o estudo universitário, geralmente, apenas um fator contributivo, mas não indispensável.

Por isso, a sociedade tem-se beneficiado, em todos os tempos, de excelente desempenho de pessoas sem diploma para exercer diversas atividades e profissões, em diversos campos de conhecimento, arte, literatura.

Na política, na religião, na empresa, devemos a inúmeros não diplomados destacadas contribuições de enorme valor social, devido à liderança, empreendedorismo, criatividade, persistência, estilo diferenciado de aprendizado, e outros atributos da rica personalidade de cada ser humano.

Se para a seleção de recursos humanos, os empregadores exigem desnecessariamente o diploma, como ocorre em muitos casos, podem estar privando as empresas, instituições e a sociedade em geral, da contribuição de pessoas de enorme potencial para se destacarem pelo ótimo desempenho.


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