20.9.11

IPI de AUTOMÓVEIS

José Walter Toledo Silva
20/09/2011
A elevação, pelo governo, em 30 pontos percentuais do IPI, em veículos que tenham menos de 65% de componentes nacionais (exceto se importados do Merco Sul ou do México), é justificada como medida para a preservação de empregos no país.

No entanto, percebe-se, desde já, que mais esse aumento em nossa carga tributária- uma das mais elevadas do mundo-  pode fazer o tiro sair pela culatra contra os interesses do consumidor e de geração de empregos do público brasileiro, provocando as seguintes conseqüências e questionamentos:

·    Diminuindo a concorrência, subirão os preços reais tanto dos carros nacionais, como importados, em geral, como amplamente noticiado e comentado na imprensa;
·    O fato acima terá efeito adverso na demanda interna, pondo em risco os  empregos nacionais nas montadoras, indústrias periféricas e distribuidoras e revendas de veículos e de auto peças e de componentes importados;
·    Como carros oriundos do México e da Argentina são isentos do aumento de IPI, a medida incentiva importações desses países e geração de emprego nos mesmos em detrimento de empregos no Brasil;
·    O sucesso de nossas exportações em todos os setores (como, por exemplo de produtos da agroindústria, na UE) depende da ausência de barreiras, como sobretaxas, nos países importadores.
·    Com que autoridade moral (e legal?) poderemos defender nossos interesses em comércio, quando além do já existente imposto de importação, aumentamos a  elevadíssima carga tributária, através de substancial elevação em alíquota de IPI?
·    O Brasil tenderá, com a medida, a ser menos atraente a investimentos estrangeiros no setor, comparativamente a países como México e Argentina. Assim, também sob essa perspectiva, esses países  ganharão em aumento de empregos, contra o interesse dos que procuram trabalho no Brasil.


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